Nossos versos eram os únicos vestígios
que deixávamos aqui,
só eles nos compreendiam
e nos libertavam de nós.
Inventávamos muito para conhecer
aquelas partes intocáveis e escondidas por dentro
que só as palavras alcançavam
através de poesias inúteis.
Olhares cruzados atingiam
desenhos verbais por entre rimas
enquanto nos transfigurávamos
em nossos embaraços verbocorpóreos.
A cada travessura métrica
sonhávamos a inocência
das coisas que não acontecem
como quem pula obstáculos.
E por amor
unimos nossas palavras até ouvir o silêncio delas
ao desver o mundo nos abandonos
e guardar os desconcertos dos nossos absurdos secretos.
Assim abrigamo-nos nas palavras
antes mesmo que em nossos corpos
e sustentamo-nos em poesias
antes mesmo que em nós.
*Fernanda Tavares 20 anos. Estudante de Psicologia, apaixonada por expulsar de si palavras vagas que se emparelham até formar coisas inúteis que muito significam e nada valem, pelo simples amor e prazer de brincar com a poesia como quem brinca consigo mesma.
5 Cafezinhos:
Venero esse teu suposto céu Fê... Lindo!
muito obrigada pelo convite.
adorei estar aqui.
sempre bom dividir com voces as inutilidades poéticas, né?
:**
Fernanda minha querida,simplesmente amei ,de verdade Parabéns!
Como você já sabe: Maravilhoso!
Lindooo demais, parabéns, Fernanda!
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