Juventude a Flor da Pele

O jovem contemporâneo acomodou-se. Colocou as asas pra fora e ta reclamando que são muito pequenas. É revolucionário, mas acha que ficar amarrado a uma arvore ou entrar no meio da pista com os rostos pintados é coisa de louco. E para eles, os jovens, não existem mais aqueles pais, coronéis, que conhecem os genros com uma “pequenina” faca na cintura, só pra se apresentar.

- Amor, você vai ter que me ensinar, eu nunca fiz isso.

- Eu adoro ensinar.

- Mas olha, se meu pai aparecer você esconde! Ele não pode nem pensar que eu to fazendo isso.

- Relaxa amor, eu sou rápido, agora vamos começar...

- Nossa, mas como é pequeno!

- É porque você não viu o que ele faz!

- Nossa, agora eu to vendo!

- Falei...

- Ai ai, para, para, para!

- Tem que ficar mais tranqüila, gata.

- Eu não consigo!

- Consegue, assim ó... Isso, agora pula!

- To pulando, to pulando!

- Mais rápido, mais rápido...

- Ahh, meu Deus, vaaai!

- Ta indo bem amor, ta indo bem!

- O que ta acontecendo aqui?

- P-pai?

- Não é nada Seu Naldo...

- Arnaldo.

- Isso, doutor Arnaldo.

- Doutor não que não sou médico.

- Não parece mesmo.

- Como é?

- Nada, nada.

- Eu quero saber o que tava acontecendo aqui!

- Nada pai, já falei, a gente só tava...

- Ta suada, Milena.

- Suada?

- O que é isso ai na sua calça, moleque?

- Na minha... calça?

- É, o que é... Olha só, sabia que você não tava me obedecendo.

- Não pai, não!

- Vai pra casa agora! Eu vou bater tanto em suas mãos que você nunca mais vai querer ver um game boy!