segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Devora-me ou te decifro
As fêmeas suplicam total paciência e boa vontade em suas compras eternas pelos shoppings da cidade e ainda assim não sabem compreender a importância crucial de nosso campeonato carioca. E como gostam de discutir o que claro já está...E através da pequenina língua afiada é que elas nos conduzem próximo à insanidade. E já que o assunto é insanidade, por vezes nossas donzelas parecem sofrer de algo similar a um distúrbio bipolar. Aqui, ternas e meigas como gatinhas faceiras, ali, descontroladas usufruindo o máximo de suas cordas vocais e treinando exemplarmente a capacidade de falar rápido o suficiente para deixá-lo confuso, ou, no mínimo, não conseguindo argumentar.
Elas querem que façamos poesias quando em nossa total falta de sensibilidade só desejamos fazer um bom e velho ato carnal. E quando elas demonstram vontade de sexo, cá estamos nós com óculos de leitura em graus míopes declamando Mário Quintana como semi-analfabetos cantando o hino nacional (Um grande abraço para Wanuza nosso orgulho!)
Bem aventurados os que ficam em cima do muro e fazem sexo selvagem dos primatas de canguru-perneta à orgias com leite condensado com poesias e confissões de que choramos com Titanic.
Sorte dos nossos amigos gays por não saberem os terríveis sofrimentos de se tentar entender uma mulher.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Memórias de um velho apaixonado
Foi quando eu só pude encostar minhas mãos nas mãos dela esperando ansiosamente que aquela pele branquinha, suave e própria da juventude arrancasse o suor e o medo de um dia não tê-la por perto. Foi quando desejei pertencer aquela menina antes de tudo que já me ocorreu, durante e sempre.
É vicio doce e egoísta querer minha vida inteira entranhada por cada beijo dela. Porque o amor que ela faz, vai além do que é feito pela necessidade humana. Ela tem no sexo a incorporação interminável de paixão e arte. E o meu corpo só faz sorrir alheio ao tempo e a realidade.Ela tem a capacidade de alterar esta mesma realidade quimicamente. E respeita mais do que eu mesmo minhas neuroses. E é então, que me encontro extasiado como um garotinho impregnado de orgulho por ter mais uma vez nos braços a “dona da poesia”.
Há nela, uma beleza sutil, que vai crescendo a cada novo olhar que lançamos. E em vão, tenta escondê-la dentro de seu personagem de moleca. A personagem só faz cintilar ainda mais charme e frescor. Adoro vê-la charmosamente desajeitada.
Existe mesmo, uma magia que nos cativa diante de tamanha simplicidade.E é dela que emana em perfeita sincronia a sensualidade com uma delicadeza de expert no assunto. Entre quatro paredes, a menina dá lugar à mulher. Não existe, nem jamais existiu em minha vida, amante mais completa, com o poder de levar ao delírio com apenas um beijo. E beija como ninguém, e o beijo dela alterna com maestria o calmo e o intenso.
Digo sem nenhum receio de cair na pieguice que, nas artes do amor, ela é a verdadeira encarnação de uma deusa. O corpo sempre escondido em seus trajes comportados é um bálsamo para qualquer homem, e eu me apaixono cada vez que o invado e desbravo.
Só ela, é capaz de declamar suas próprias poesias no auge do gozo e depois, entrar em um estado de inspiração tão fascinante, que a impele a criar novas poesias.Ela é dona de um fluxo sanguíneo na alma. Existe uma devassidão deliciosa em cada poro seu, e uma meiguice deliciosa que a faz menina outra vez. Ela molha os lábios feito figurinha sapeca quando quer provocar.
E eu, me condeno assim, a velho apaixonado, que jamais quis tanto uma mulher como quero a esta, sendo presa de seus caprichos e de meus desejos.
Ela me sorri de um jeito doce e perverso, pois sabe que já me tem nas mãos. Quanto a mim, estou incapaz e sem forças para almejar o contrário.
Moram nela, o conjunto de coisas que mais me deixam atordoado. Toda vez que a leio, a ouço e que a toco, me sinto o homem mais feliz e confusamente ridículo da face da terra. Brotam admiração, carinho incontrolável e simultaneamente um medo de que outro a tenha. Confesso ter vontade de isolá-la para que assim eu não a divida com ninguém.
E assim, entro e saio do inferno todos os dias. Caio em frases batidas, textos piegas como este só pra que ela saiba que me tem nas mãos. Aqui estou eu: rendido, exposto, longe de aplausos e nada original nestas linhas.
Engraçado é que ninguém acredita na gente, nem parentes, nem rastros, nem terapeutas e às vezes, nem você. Porque você sabe que nossa história pode ser interrompida e ainda assim terá valido a pena.
Foi quando a amei mais do que a mim mesmo. Foi quando você chegou sorrateira vestida desses olhos capazes de parar indústrias.
Foi quando ela me deu a força para espernear a cada obstáculo de nós.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Sem saco
E que meu amor seja perdoado porque metade de mim é loucura e a outra metade também, ou algo assim parecido... E tal e tal.
Filósofos, poetas, cristãos, músicos, atores, ateus, á toas... Todos eles com suas frasezinhas de efeito, do dia pro outro se dizem “gênios” e são seguidos por milhares de pessoas no mundo inteiro. Na boa, frases feitas me enchem o saco. Já não basta Freud e Einstein que tiveram que tomar droga para descobrir as coisas. Eu descubro coisas muito mais interessantes (leia-se bizarras) observando minha prima de três anos conversando com sua boneca ou em janelas de MSN tentando definir até Jesus Cristo sem tomar uma gota de álcool. E isso não significa que eu seja religiosa, por favor, o cara foi o maior filósofo de todos os tempos e nunca, nada do que Ele disse foi banalizado (até porque as pessoas não entendem direito suas parábolas), a não ser que Ele tenha reencarnado Lispector para isso acontecer, porque essa mulher tem algo de “divino” em suas escritas que chego a ter calafrios.
Por falar em calafrios, esses romancistas também já encheram o saco. Escrevem um conto, uma novela, um poema e só falam de dor, desabafando, chorando igual Caio Fernando Abreu, que eu até curto, mas me deixa meio deprê. Eu não gosto de falar de dor, eu falo daquela estranha sensação que é não sentir Nada. E mesmo que eu falasse de dor eu iria encontrar uma maneira de ver algo bonito nisso, sem dor.
Mas bonito mesmo é Fernando Pessoa dizendo: Se te é impossível viver só, nasceste escravo. Essa coisa meio egoísta, meio moralista, me interessa muito. Me faz compreender todo o caos dessa vida bege, onde as pessoas estão cada vez mais carentes. Cada vez mais dependentes e mortas por dentro.
Como diz Nietzsche: O que não provoca a minha morte faz com que eu fique mais forte. Esse era doidão. Doidão beleza. Romancista revoltado, Anti Cristo incompreendido, Filósofo, Cético, Poeta, Músico Amador e até Enfermeiro. Acabou pirando com seu Super Homem, coitado.
Que saco! Todos eles já escreveram tudo, então eu não tenho mais nada pra escrever. E se Nietzsche já criticou até Schopenhauer, o que teria EU a dizer?
Nem sendo Jesus Cristo.
domingo, 18 de outubro de 2009
Novos tempos pro amor
Ah! Que saudade do bom e velho namorinho de portão. Das trocas de olhares, mão na mão, da conquista em cada novo encontro.
Mas nestes novos tempos caro leitor, gostou adicionou. Sem cobranças, ou crises de amor.
É o tempo de fazer um miojo na sua cozinha para despedir-se ou encontrar um novo amor.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Paranóia
- Então, a idéia é essa.
- Não posso, sou moça direita.
- As moças direitas, quando enlouquecem ficam muito mais interessantes.
- Você acha mesmo?
- Claro!
- Você está me dizendo isso só para me convencer.
- Não é só para te convencer, mas é também para te convencer.
- Tá vendo, canalha. Vocês homens são uns canalhas.
- ...
- Só está querendo se aproveitar de mim.
- Mas você vai aproveitar também, eu garanto.
- Ainda é pretencioso!
- Não, não é isso, é que...
- Nem precisa se explicar. Eu conheço a sua laia.
- Mas meu bem, você está se exaltando por nada. Vamos ficar numa boa, namorar sem esses pesos.
- Que pesos? Tá me chamando de chata ainda por cima!
- Não, não é isso, é que eu acho que podemos agir com mais leveza, sem estas culpas e medos.
- Ah! Também sou travada e medrosa!
- Meu pai do céu! Relaxa.
- Se eu relaxar você vem e pimba, me encaçapa.
- Olha, para mim chega. Já deu. Fica aí na sua que eu vou nessa.
- Também é mal educado. Eu sabia que você só queria aquilo comigo.
- Falou bem, queria! Não quero mais.
- Ah! Saquei, perdeu o tesão por mim, né?
- Jesus! Você é louca!
- É, mas você bem queria comer a louca, né? Agora eu não sirvo mais para você.
- Escuta, você quer ou não, afinal?
- Não é esta a questão, não mude de assunto...
* E assim ele foi pro bar, ela ligou para as amigas...
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Vício do bom
Bem aventurada seja Nossa Senhora das raparigas descaradas! Abençoadas as coxas bem torneadas e o bumbum durinho da mulher amada. Cuidai de meu velho anjo safado para que, aquela que um dia eu venha tomar como minha esposa não vire a baranga a ser comida somente com artifícios do travesseiro. Oh grande Senhora atenda essa singela oração. Maior benção na vida desse teu filho banido seria sentir ao longo da vida os prazeres da foda e do viagra no espírito. Respeitada Senhora das sereias urbanas me brinde assim, sempre que puder com más intenções amorosas daquelas que nos fazem ter como sina pecar. Ah Minha Senhora, traga para mim aquela ruivinha dos ombrinhos mais lindos e a morena dos quadris arredondados. E se Deus me ouvisse Santa Senhora, eu estaria predestinado pelo resto da vida aos cafunés de uma fêmea e as deliciosas fraquezas da carne. Toda testosterona desesperada deste que vos fala destinada às gazelas das noites.
Vida longa ao mormaço abandonado na cama após a divina trepada dos diabos. Ao lero-lero e a dureza dos membros inferiores. Diga Bendita Senhora, o que há de melhor para nós limitados seres, do que praticar uma besteirinha no carro do pai ou no chão da cozinha?
E quanto a mim meu Senhor Cristinho perdão por tamanha sinceridade regada a tão igual quentura nas partes baixas. E quanto ao Senhor...Besta é tu por não saber o quanto é bom acreditar e ter fé na bendita safadeza.
domingo, 11 de outubro de 2009
O Vício
Hoje, não recolho minhas saudades, permaneço estática, parando o tempo, me aconchegando em nossas trocas de palavras para te amar mais uma vez. Amar com o inconformismo de quem não possui as rédeas da própria vontade. Amar de novo. "Amar você aqui, quietinha e involuntariamente." Amar sua ingenuidade cabível na paixão. Amar sua insegurança misturada ao zelo de quem se quer bem. Amar sua ansiedade e o talento para transformá-la em arte. Amar seus carinhos e os trejeitos sacanas nas madrugadas. Amar sua entrega sempre maior do que a minha. Amar só pelo tempo em que duram estas letras e frases, sem arrependimentos ou fugas. Consumindo você da ponta da língua aos meus pés covardes. Burlando minhas regras pretendidas para deitar ao teu lado novamente.
Até aqui, cada palavra nossa sendo ou não em vão, teve uma carga essencial, preencheu muito além de textos e inspirações poéticas. Formou toda uma filosofia expandida em mim sempre que me permito te amar mais uma vez.
sábado, 10 de outubro de 2009
Dom Da Mulher Moderna
A gente se beija e eu descubro que não gosto da boca nem do cheiro dele. Nós transamos e ele dá aquele sorriso de “fodão” como quem tivesse me proporcionado a noite mais louca de prazer. Eu finjo um cansaço e cerro os olhos para dar cabo ao momento brega e constrangedor. Ele passa as mãos por cima dos meus ombros e força minha cabeça na direção do peito dele. Eu disfarço e digo que está calor demais pra ficar “abraçadinho”. Ele faz carinhos na minha cabeça enquanto eu olho fixo para o teto. O pensamento é absoluto: O que eu to fazendo aqui pelada nos braços desse cara?
Na balada, em meio a luzes e muita gente ele me pareceu bonito, alto e interessante, duas horas depois me deparo com um velho, baixo e gordo.
A vontade nesses casos é a de fazer cara de nojo e empurrá-lo pra longe. Simulo uma indisposição querendo ir pra casa, ele oferece carona com ar pesaroso de quem não comeu todos os brigadeiros da festa, e eu em ar de desespero engulo seco agradeço, mas digo que prefiro pegar um táxi. Ele me dá um último, longo e pavoroso beijo e diz que vai ligar.
Eu, saio correndo pego o táxi, chego em casa, tomo um banho me penalizo pelo tremendo mau gosto e faço uma ligação: - Alô eu gostaria de mudar o meu número...
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Ser Mestre é Dom
Nossas queridas alunas manteriam suas saias abaixo do joelho e compareceriam de calcinha para nossas aulas. Elas deixariam de enviar aqueles bilhetinhos obscenos e nos brindariam com mensagens bíblicas daquelas dos Salmos que cultuam a virgindade. Nós poderíamos concluir frases e nossa linha de raciocínio sem interrupções ou perguntas cretinas a respeito da permissão para irem ao banheiro. Poderíamos ter profiles no orkut sem para isso ter que adicionar alunos enxeridos que querem ver se estamos pegando ou não alguém. Eles entenderiam que temos nosso salário independente do desempenho e interesse deles em nossa matéria, e que chato é a puta que os pariu já que não somos pais deles.
Por fim saberiam que escola não é baile funk, muito menos motel e que ganhamos mal pra caralho e mesmo assim comparecemos religiosamente em nosso ambiente de trabalho por acreditar em nossa profissão, por acreditar neles, por saber que eles podem ter um futuro e que nosso esforço diário de falar para as paredes, dar aula sabendo que o gabarito da sua próxima prova já foi roubado e principalmente sabendo que seus ouvidos captam sempre aqueles xingamentos baixinhos de “vá se foder” em diante. Mesmo sabendo que você odeia esses demônios com toda a sua alma e que os quatro anos de estágios se matando foram em vão, você respira e constata que está perto de se tornar um assassino em série e mesmo assim vai para a próxima aula. Daí, um pseudo-delinquente-aluno rouba as chaves do seu carro e joga na privada. Você controla o espírito, o peri espírito e o dom espiritual do espiritismo e a porra toda de Satanás a Buda e vai para o trabalho no dia seguinte de trem.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
O Dom da Interpretação
" Quem foi generosamente dotado pela natureza não necessita de mais nada exterior além do tempo livre para usufruir sua riqueza interior."
E foi lendo esta pequena resenha que abdiquei do meu emprego convencional para dedicar-me única e exclusivamente aos atributos do meu "pau".
Passei a fazer exercícios com o objetivo de venerá-lo,cultuá-lo e adorá-lo. Por vezes, ridicularizado e discriminado, eu mantinha minha postura "gostosôna" de símbolo sexual-filosófico de minha própria existencialidade. ( Ainda que o termo sobre a existencialidade eu tenha roubado de Sartre.) Mas, assim mesmo, meu argumento e por esse mesmo motivo arma maior era a de que, interpretação assim como fé e cu é exclusivamente pessoal e intransferível. Pode-se comprovar o que digo apenas citando a biblia e os textos de Caio Sóh, a gente lê, relê e cada hora entende de um jeito, e nem por isso os adolescentes páram de entrar frenéticamente nas comunidades do orkut prestigiando o cara e muito menos deixam de construir uma igreja há cada quinze minutos.
E por mais que qualquer leigo em filosofia saiba que Schopenhauer não teria muitos créditos com os métodos de felicidade (Quiçá com minhas interpretações sobre o meu pau) por ser mundialmente conhecido como um dos maiores ícones do pessimismo, eu fiquei muito feliz!
Usufruo de minha riqueza interior com todo prazer.
Ainda ontem me deparei com a exortação de Sartre a respeito da célebre frase: " A existência precede a essência". Ele dizia: " O homem está condenado a ser livre."
E foi assim que eu me descobri viado.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Dois Verbos Mudos
Música e Poesia
Há em tua companhia uma poesia errante e transgressora
Teus versos incorporam agitando em suas formas o sangue de toda pele
O formato do teu corpo escreve a cada linha sua posse
Traz perdidas as palavras antecipando suas raízes
Há em tua companhia uma música que corre dentro desta cena
Tua música percorre a casa e veias como se adivinhasse nossa presença
As notas juntas silenciam as notas de outros tempos
Corre de leve e viva, apenas concentrada nos pianos
Dentro das estrofes voamos nas ruas de cores
As letras de tuas rotas peregrinam no misto de sorriso e esta ferida que suponho em tuas mãos
Porque ninguém poderá fazer poesia sem lágrima, renúncia e angústia
Dentro dos teus tons havia incoporado o dinamismo da vida
A consciencia da tua voz latejava em meus ouvidos misto de tempo, rosto e corredor
Encontro canções profundas, perdidas em desejos fundamentais assim como qualquer poesia
Porque ninguém poderá fazer música sem pecados, lembranças e paixões
E tua poesia vai caminhando como quem corre dentro de si mesma
Locomovendo farpas, fogo e a fragilidade escondida
E esta tua música vai proclamando como quem atinge os ouvidos com luzProcurando libído, água e a permanência incompreendida.
Ela é poesia e loucuras
Ele é música e liberdade.