segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Saudades

"Ai que saudades da aurora da infância querida, dos tempos de outrora"...


Piegas?Pode ser! Mas é exatamente isso que sinto, saudades.

O fato é que nossas crianças têm perdido cada vez mais cedo sua infância.

Lembramos como era a nossa infância há pouco tempo a trás. Aonde podíamos brincar nas ruas, bater longos papos no portão, correndo feitos loucos atrás de uma bola.
Provavelmente por isso não havia tantos casos de obesidade infantil, como vemos hoje.
Nossas crianças perdem horas em frente a um computador.

Isolados, perdem o contato físico com as outras pessoas. Perdendo de forma significativa a capacidade da troca, deixando muitas vezes de interagir e aprender
Reconhecemos verdades e aprendemos quando a olhamos dentro de olhos.

Hoje formamos super dotados em avanços tecnológicos e criamos incapazes de reconhecer sinais claros e gritantes de um amigo ou mesmo um membro de nossa família que precisa de um abraço ou apenas atenção.

Trocamos conversas agradáveis por discursos repetitivos e tantas vezes infundados
Desaprendemos a ouvir, acostumamos a jogar em telas e sites pensamentos e enfiá-los goela abaixo de tantos outros surdos.

É preciso um apagão!

Sim! É um dos raros momentos para a família se reunir em um mesmo ambiente e assim lembrarmos que somos capazes de conversar.
Não ouvimos os conselhos de nossos mais velhos. Trocamos a experiência humana por pensamentos e mandamentos ‘Imbecis” .lançados pelo Orkut e outras babaquices virtuais.

Nossos jovens buscam popularidade, e não amizade, quantidade virou uma regra.

Antes tínhamos jovens em meio à galera de amigos. Hoje vemos jovens em meio a milhares de desconhecidos buscando serem notados e correndo atrás de migalhas para serem aceitos por desconhecidos juízes.

Com isso banalizamos as relações verdadeiras, as palavras perderam seu valor, já que não vemos de frente as reações de cada uma delas quando são "ditas”
Assim nos tornamos” Expert” em palavras com duplo sentindo .

"Não sou contra os avanços tecnológicos e as modernidades"! Apenas desejo que nossos filhos e netos não percam as maravilhas do contato físico, as brincadeiras de rua e o importante aprendizado que existe diante de uma simples e gostosa conversa olho no olho. Mesmo em uma roda com talvez poucos, porém "reais" amigos.

12 Cafezinhos:

Mariah disse...

este ano, pela primeira vez, corri o risto e me aventurei junto com a família em "férias tecnológicas"...aluguei um chalé, no meio do meio do meio do mato, sem tv, internet, nem telefone...nem celular.
é como você disse acertadamente...houve o convívio, em volta do fogo, com caneca de café nas mãos e muitos sorrisos na roda.
as vezes não podemos nos esquecer do maravilhoso botãozinho..."off"

Átila Goyaz disse...

é verdade minha miga..qts criaças agora se enfurnam em casa e nem ligam mais para seus amigos.. ahh sim tao interagindo com eles pelo msn..rsrs

tsc

bjuxxx

Anônimo disse...

É preciso um apagão. Concordo.

Érica Ferro disse...

Clap, clap, clap!

E quando falta energia é que a gente percebe isso.
Só no escuro percebemos o quanto perdemos as pessoas lentamente (ou nem tanto) para coisas inúteis ou nem tão utéis assim.

Parabéns pelo texto! Gostei.

Beijo.

Ferdi disse...

Li um texto do L. F. Veríssimo chamado "Televisão" que fala dessa nossa distãncia, como ele diz, tudo começou com a televisão e foi ficando pior, cada dia criamos mais e mais bugingangas tecnológicas e as carregamos por aí, não acho difícil que o futuro seja mazomenos como propõe aquela animação da pixar que acho genial: "Wall-e".
Aliás, eu sou atriz e estou - estava, ficarei de férias um mês e já volto - em cartaz com um infantil que trata de um paralelo, da perda da inocência precocemente, do abandono aos contos e tudo mais..

É grave, é triste e me tira as esperanças.

Belo texto, aliás, claro e bonito, ao mesmo tempo, um apelo.

Equilibrista disse...

Como diz um amigo meu: "saudade do tempo em que as moças eram moças e as barras de chocolate tinham a grossura de uma lista telefônica."

Luciana Brito disse...

Concordo.
Como a maioria das coisas, tecnologia trás benefícios e problemas.

Beijo!

Luna disse...

é por isso que nem orkut tenho, que é pra tentar levar a vida de forma mais 'humana'.
e evito ficar muito tempo no msn, e falar com as pessoas pessoalmente.
e vivo tirando férias do blog.


você disse tudo Edna.

(:

Marcelo Mayer disse...

melhor ver um filho sorrindo cm um peão do que com uma bicicleta que faz tudo, menos andar

Ale Danyluk disse...

Acho que independente de toda a tecnologia e avanços que estejam espalhados por aí bombardeando nossas crianças,ainda cabe aos pais distinguir, moderar e determinar a dosagem do que deve ou não chegar até seus filhos.
É claro que eles já vão ter acesso á tudo isso na escola, portanto em casa eles devem sim brincar muito na rua, com amigos reais e não virtuais, etc etc.E realmente não acho difícil de priorizar dessa forma e também não é sofrimento para eles simplesmente pelo fato de não estarem condicionados á isso.
Em casa por exemplo, playstation só final de semana e por 2 horas. Televisão só 2 horas por dia no máximo.
E tenho certeza que nenhum deles trocaria jogar bola com os amigos por video game ou coisa parecida. Eles na verdade acabam ficando condicionados á essas porcarias quando não tem acesso á outras coisas, infelizmente.
O problema maior mesmo é que o comodismo também acaba gerando esses tipos de comportamento e adequações. É muito mais facil largar uma criança na frente da tv do que brincar com ela ou propor coisas diferentes.

PS Ëu sim é que não consigo ficar longe de tudo isso...
Enfim...é o que penso.

Muito bom o tema e o texto
Bjo

Mauro Vasconcelos disse...

Pagamos um preço alto pela dependencia tecnologica.

Anônimo disse...

Tbm concordo, cada dia mais vivemos num mundo repleto pela tecnologia, era tão bom aquela época em que escrevíamos cartas para as pessoas queridas, e no natal enviavamos cartões com as lembranças que guardavamos nos coraçãoes, hj não é mais assim, tdo que precisa, ahhh, me escreve um e-mail, ou então me add no MSN, é mais fácil pra conversar.
tbm naum sou contra a modernidade, pq infelizmente ela vai caminhar cada vêz mais rápido, mas qual foi a ultima vêz q brincou de 'taco' ou de 'mamãe de rua' com seu filho? que brincou de jogo da memória, ou então juntou a familia toda e jogpu banco imobiliário? Talvez nunca, pq ele preferiu se estabilizar perante o computador, pq é uma máquina que ele próprio manipula.
Precisamos aprender a burlar essa questão, onde estarão nossos filhos daqui um tempo?