sábado, 19 de dezembro de 2009

Troca de experiências

– Samuel, temos que conversar.
– Conversar? Sobre o que pai? Escola, família...
– Drogas!
– Esse é um assunto muito importante mesmo, pai. Sempre quis conversar sobre isso. Então vamos lá, há quanto tempo?
– Há quanto tempo o quê?
– Há quanto tempo você usa...
– Há quanto tempo eu uso? Eu não uso!
– Já conseguiu vencer o vicio? Nossa, tô muito orgulhoso de você! Sabe pai, isso tava acabando com você mesmo.
– Você não está entendendo, eu não venci vicio nenhum.
– Não? Ah, então você vai vencer! Eu acredito em você, pai! Talvez a mamãe não, talvez ela já tenha se conformado.
– Conformado? Conformado com o que?
– Com o seu vicio. Olha pai, relaxa, ela sabe que você só faz isso por ter tantas responsabilidades, e esse é o único jeito de você “ficar de boa”.
– Mas eu não vim falar de mim, vim falar de você!
– Pai, não se preocupe comigo! Eu não tenho vergonha de você, sério.
– Vergonha de mim? Dá pra parar de ser cínico?
– Não estou sendo cínico pai, eu realmente não sinto vergonha. Todos meus amigos sabem.
– Sabem o que?!
– Que você usa drogas. Eles têm o mesmo pensamento que eu: As drogas são um inferno na vida de alguém.
– Você disse a eles que eu uso drogas?!
– Pai, já somos grandinhos o bastante pra falar disso.
– Mas eu não uso drogas!
– Olha aí, agressividade.
– Não estou sendo agressivo!
– Pai se acalma, não vai fazer uma besteira!
– Do que você ta falando, menino?
– Sei lá, de bater na sua mulher e nos seus filhos... Não faça isso pai!
– Quem falou em bater aqui?
– Não pai, isso não!
– O que foi Samuel?!
– Você... Quer nos matar? Pai, não precisa disso! Pode levar tudo que temos e vender para comprar mais, tudo bem, mas não nos mate!
– Pra mim já chega!
– Não pai, não!
– Samuel, eu achei este cigarro de maconha na sua mochila.
– Achou?
– Achei.
– Olha pai, eu ia te falar.
– Ia, quando?
– Ah, hoje.
– Você nunca me contou Samuel.
– Me desculpa pai.
– Não acredito...
– Ah, pai, nem é pra tanto vai? Tá certo vamos fazer assim: Este você pode ficar, mas isso fica entre nós.

11 Cafezinhos:

Edina Regina Araújo disse...

Almi meu irmãzinho vc superou !!
Tõ pra ver hahahaaha o oscar vai para a tamanha cara de pau do autor e tamanho talento para escrever .Amei muito boa hahaha beijão

Nathália Azevedo disse...

Muuuuito bom! HUASHUAS

Parabéns! ;*

Rafael disse...

kkkkkkkkkkkk

boa boa,semana passada minha mae encontrou maconha na minha carteira,eu deveria ter usado essa tatica xD

Luciana Brito disse...

kkkkkkk!

Um exemplo ótimo de como reverter a situação e sair por cima kkkkk
ótimo!

Natacia Araújo disse...

rsrs Esses filhos de hoje tem uma lábia...rsrs
Boa Almi!

Tiburciana disse...

MUITO BOM INTELIGENTE E COMICO RI DO INICIO AO FIM

Newton Kage disse...

Que nos anos vindouros possamos ter mais Paz em nossos corações!
Que a humanidade possa compreender a não existência de continentes, países, etnias, culturas e religiões... Somos todos Irmãos e seres humanos! Apenas isso...

Um Feliz Natal e um ano maravilhoso a vc e a todos esses incríveis blogueiros que, junto conosco, nos ajudam a melhorar o mundo de alguma forma!



"What Do You Say?(What Do You Say)
Will The Human Race Be Run In A Day? (In A Day)
Or Will Someone Save This Planet We're Playing On?
Is It The Only One? (What Are We Going To Do?) "

Pipes Of Peace


Td de bom!!!
KG

Unknown disse...

hahahahaha!
Eu vendo celulares, e um dia um cliente veio atrás de um plano pra poder ligar pra namorada dele que mora na Colômbia (certamente colabora com o tráfico de armas)E ele tava indignado porque o pai 'deportou-o' de lá pro Brasil só porque achou um cigarro de maconha nas coisas dele.
No fim das contas ele achou tudo caro e disse que ia comprar o BlackBerry do irmão de 12 anos com 1 grama de erva.

Anônimo disse...

Praticamente o cachimbo da paz familiar.

Érica Ferro disse...

Samuel Safadim da Silva.

E, para variar um pouco, morri de rir com sua crônica.

Milla Rissi disse...

crônicas sempre perfeitas *---*